Cada trader tem suas preferências na hora de analisar os gráficos e os padrões e decidir como agir diante do mercado. Uma ferramenta interessante e muito usada por vários investidores são as Ondas de Elliot.
Ao contrário de outras análises tradicionais, as Ondas de Elliot não consideram apenas padrões matemáticos do mercado, mas também as emoções dos investidores, capazes de afetar significativamente o sobe e desce das cotações.
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O que são Ondas de Elliot?
As Ondas de Elliot são uma teoria que visa ajudar os traders a preverem o mercado. A base da teoria é a de que os ciclos do mercado são uma resposta às reações dos investidores aos fatores externos.
De acordo com a teoria criada por Ralph Nelson Elliot, o comportamento do preço de um ativo no gráfico se movimenta em ciclos completos os quais são formados por ondas. Essas ondas apontam para tendências do mercado e são uma resposta direta à maneira como os investidores reagem aos fatores externos.
Então, quando o mercado está em euforia, os preços dos ativos sobem, quando o mercado está em pânico, o preço dispara para baixo.
Como a teoria foi criada?
As Ondas de Elliot foram propostas pela primeira vez em 1930 pelo contador norte-americano Ralph Nelson Elliot. O conceito foi apresentado no livro do estudioso, “Wave Principle”, publicado em 1938 e resumido em uma série de artigos para a revista Financial World, em 1939.
A teoria foi amplamente abordada no livro principal de Elliot, “Nature’s Law: The Secret of Universe”, de 1946.
Na época, contudo, a teoria das Ondas de Elliot foi negada com a justificativa de que faltavam evidências científicas. Porém, anos mais tarde, ela se tornou um pilar importante para a compreensão do mercado por diferentes traders.
A teoria de Elliot é bem próxima à teoria de Dow, a qual também analisa os movimentos dos preços como ondas. Contudo, Elliot se aprofundou mais ao introduzir a ideia da natureza fractal dos mercados.
Fractal significa uma repetição contínua e infinita. Assim, os fractais são infinitos e na teoria de Elliot, isso significa que os preços se formarão em ondas enquanto os mercados operarem.
Quais os princípios das Ondas de Elliot?
Como explicamos, as Ondas de Elliot são bases para a análise gráfica que utiliza noções de psicologia no contexto dos investimentos. Vamos ver em detalhes alguns princípios importantes da teoria.
Emoção
Este princípio considera que as movimentações nos gráficos de ativos são reflexos das variações de humor e emocionais dos investidores. Assim, as variações de humor em massa acabam refletindo nas tendências de alta ou de baixa no mercado.
Acontece, por exemplo, quando você está analisando um gráfico de uma altcoin e percebe que ela está fazendo um movimento de alta – e acaba ficando empolgado, com vontade de vender o que tem para aproveitar a subida. Ou, ao contrário, quando há queda brusca nos preços e você fica preocupado.
É impossível que essas variações no mercado não afetem o emocional dos traders, especialmente no universo dos criptoativos, em que as variações são tão intensas.
Impulsão ou “efeito manada”
É o momento no qual os investidores seguem um determinado fluxo, devido à incerteza do mercado. Assim, eles movimentam um volume alto do ativo, criando uma tendência.
Uma característica típica do comportamento de manada é que os indivíduos raramente assumem responsabilidades e, ao invés de tomarem suas próprias decisões, acabam observando e seguindo as ações do grupo.
O comportamento de manada existe em todos os aspectos da vida e já foi bastante estudado pela psicologia. No contexto financeiro, as Ondas de Elliot buscam prever o preço dos instrumentos baseando-se nos padrões repetíveis e criados pelo grupo.
Subjetividade
Este princípio é a soma dos dois anteriores: emoção e impulsão. Assim, podemos entender que os preços de um ativo no mercado oscilam de acordo com a psicologia humana de quem opera no mercado.
Ou seja, o universo econômico e financeiro não é puramente baseado em fatos, dados e informações concretas. Muito do que ocorre neste universo está intimamente ligado ao comportamento humano, as nossas emoções e reações frente a situações de grande pressão.
Ondas impulsivas e ondas corretivas
A teoria das Ondas de Elliot baseia-se em dois conceitos, de ondas impulsivas e ondas corretivas. A ideia é que cada movimento de preço que vai na direção da tendência consiste em 5 ondas menores (ondas impulsivas). O mesmo é válido para as correções, com a diferença que cada correção de preço consiste em 3 ondas (ondas corretivas).
Cada onda impulsiva ou corretiva tem 5 ou 3 ondas menores em seu padrão. Cada uma dessas ondas menores dentro do padrão, possui outras 5 ou 3 ondas – e assim por diante. O processo é infinito, pois, como explicamos, as ondas fazem parte de um fractal.
A proporção matemática para os padrões gráficos é o chamado número de ouro, que é de aproximadamente 1,1618 – proporção usada na teoria de Fibonacci.
Os padrões criados são chamados de:
- diagonal de finalização;
- expansão horizontal;
- correções de ziguezague;
- triângulos.
É possível empregar os ciclos das ondas para identificar reversões, tendências e correções. O indicador de Elliot é aplicado em ações, índices, opções, derivativos, pares de moedas e commodities.
Como identificar as Ondas de Elliot?
As ondas são representadas por números. Assim, temos:
- Onda 1: acontece quando a psicologia do mercado está em baixa, por exemplo sendo afetada por notícias negativas. Como regra, ela é muito forte e representa um salto (mudança de tendência de baixa para alta, penetração no nível de resistência etc.). Em um estado de tranquilidade, ela geralmente indica movimentos de preços insignificantes em momentos de hesitação geral;
- Onda 2: ocorre quando o mercado rapidamente reverte posições lucrativas recentes duramente conquistadas. Pode reverter quase 100% da onda 1, mas não abaixo de seu nível de partida. Geralmente faz 60% da onda 1 e se desenvolve onde a maioria dos investidores preferem fixar seus lucros.
- Onda 3: é a onda que os seguidores de Elliot estão sempre buscando. Observa-se um rápido aumento do otimismo dos investidores. Essa é a mais poderosa e mais longa onda de crescimento (nunca pode ser a mais curta), onde os preços são acelerados e os volumes são maiores. Uma onda 3 excede a onda 1 em, no mínimo, 1,618 vezes ou mais.
- Onda 4: é mais difícil de identificar e geralmente reverte não mais que 38% da onda 3. A sua profundidade e comprimento normalmente não são muito significativos. Os humores otimistas ainda prevalecem no mercado. A onda 4 não se sobrepõe à onda 2 até que um ciclo de 5 ondas forme a parte final do triângulo.
- Onda 5: os preços aumentam em volumes de operações de médio porte. A onda é formada pela agiotagem em massa. No final da onda, os volumes de operações crescem acentuadamente.
- Onda A: período de forte baixa, mas o mercado ainda acredita que seja apenas uma correção, pois não existe nenhum sinal confirmado de mudança da tendência.
- Onda B: período de alta com fraco volume.
- Onda C: período de quedas. O fim do período pode ser antecipado por meio da observação de divergências nos indicadores (ocorre quando um indicador não acompanha a movimentação do preço do ativo). O limite da queda é a cabeça da onda 2.
A dimensão da correção
A análise das ondas ajuda o trader a saber quando uma correção de um movimento ascendente ocorre. E também quando um movimento descendente ocorre, indicando o momento da venda.
Com base no padrão das 5 ondas, temos que a onda 1 é o primeiro impulso da tendência e a onda 2 é a primeira correção. A onda 3 é o impulso seguinte, seguida da onda 4, que é corretiva, e da onda 5, de impulso.
Assim, temos algumas “regrinhas” que ajudam o trader:
- A onda 2 não pode ultrapassar a parte inferior da onda 1 em uma tendência ascendente e não pode ultrapassar a parte superior da onda 1 em uma tendência descendente;
- A onda 3 não pode ser a menor (tanto em comprimento como em tempo), em comparação com as ondas 1 e 3;
- A onda 4 não pode ultrapassar o topo da onda 1 em uma tendência ascendente e não pode ultrapassar a parte inferior da onda 1 em uma tendência descendente;
- A onda 4 não pode ser mais longa que a onda 2.
Como usar as Ondas de Elliot em investimentos e criptoativos?
Os anos de prática da aplicação deixam claro que as duas melhores ondas para iniciar uma operação são as ondas corretivas 2 e 4. Para definir qual onda usar, combine a teoria com outros indicadores.
Mas se você for inexperiente ou receber sinais ambíguos, é melhor esperar pela onda 4 – ela, geralmente, segue a onda mais longa da sequência (onda 3) e oferece mais segurança aos traders durante o processo de tomada de decisão.
Alguns traders aguardam o início da formação da onda 5 para abrirem suas posições. Durante a onda 5 não há dúvidas quanto à direção do mercado. Mas se decidir esperar pela onda 5, é preciso agir rapidamente, pois ela é a última onda antes da correção.
Também é possível aplicar estratégias inversas durante as ondas corretivas (A, B e C). Mas a situação é um pouco mais complicada. Então, se você for iniciante, evite operar após a onda 5.
Independentemente do seu ponto de entrada, o ponto de saída, em geral, costuma ocorrer dentro da onda 5. Após reconhecer que está na onda 5, comece a considerar a retirada dos lucros, ou, ao menos, de uma parte deles, e concentre-se no stop loss para garantir os ganhos.
O que evitar
Há alguns pontos que você deve evitar ao usar as Ondas de Elliot, como:
- Não use as ondas como uma ferramenta da análise independente, use-a como uma medida de suporte com outros indicadores;
- A menos que você seja um analista muito experiente de Ondas de Elliot, espere por uma confirmação de que a tendência realmente terá a formação esperada, evitando operar baseado em um sinal fraco;
- Evite aplicar a teoria com dinheiro real logo no início. Estude os gráficos e aplique a teoria em contas de demonstração;
- Se, em algum momento, as ondas violarem as regras que explicamos, isso indica que o padrão foi interrompido, então evite operar neste momento.
Agora ficou mais fácil entender a teoria das Ondas de Elliot? Se você curtiu este conteúdo, leia nosso post sobre candles trade e saiba mais sobre esse tipo de análise!
Breno tem mais de 12 anos de experiência com Marketing Digital. Já passou por grandes varejistas tradicionais e em 2017 se apaixonou pelas criptomoedas. Hoje é responsável pelas estratégias de comunicação e aquisição de novos clientes na BitcoinTrade.
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