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Futuro de Bitcoin na CME: herói ou vilão?

Futuro de Bitcoin na CME: herói ou vilão?

Futuro de Bitcoin na CME: herói ou vilão?

Mitie Okabayashi
Global Content Strategist
23/9/22

Se perguntarmos aos entusiastas de Bitcoin e criptomoedas se a bolsa de derivativos de Chicago CME é herói ou vilão para o setor, provavelmente as respostas serão bem negativas.

Isto porque o lançamento do contrato futuro de Bitcoin na CME ocorreu em meados de dezembro de 2017, uma semana antes do início do grande movimento de correção nos preços.

No entanto, o que pouca gente sabe, é que da mesma forma que os derivativos aceleram movimentos de queda, ajudam nos períodos de alta. Isto por conta dos “vendidos”, conhecidos como “shorts”, que são forçados a recomprar os contratos, a qualquer preço.

Como o derivativo permite operar “vendido”?

Primeiramente precisamos deixar claro que isto não é exclusivo para criptomoedas. Os contratos futuros do índice S&P500 e de títulos do tesouro negociam nos EUA desde o início da década de 80.

No contrato futuro, ambos comprador e vendedor são obrigados a depositar uma garantia na bolsa de valores. Todo dia é feito um ajuste, logo se o ativo sobe, é o vendedor (short) que paga ao comprador. O oposto ocorre em dias de queda.

Deste modo, para qualquer negócio ocorrer, é necessário existir compras e vendas do mesmo tamanho. De fato, é possível operar alavancado, ou seja, depositar 100 mil dólares, e comprar (ou vender) uma quantia de 500 mil dólares em contratos futuros.

No entanto, no momento em que a margem do lado perdedor estiver acabando, a corretora será obrigada a fechar a posição forçadamente. Este processo chama-se liquidação, e pode ocorrer tanto para o comprador (long), quanto o vendedor (short).

Afinal, a CME é herói ou vilão para o Bitcoin?

Sem dúvidas, o fato de ter permitido a venda (short) de grandes clientes regulados, pela primeira vez na história, ajudou a acelerar o movimento de queda no início de 2018.

No entanto, parte da alta de 2020 deve ser atribuída a CME, por exemplo. O bilionário gestor Paul Tudor Jones, afirmou ter comprado entre 1% e 2% de seu patrimônio em contratos futuros de Bitcoin em maio de 2020.

Isso sem contar nos mais US$ 200 milhões de volume diário negociado, que a bolsa adiciona. Quanto maior o giro do ativo, mais clientes se interessam em participar do mercado.

Qual a importância da CME no preço?

Esta resposta é quase impossível de se obter. Isto porque existem traders, usualmente grandes fundos, que utilizam robôs para aproveitar pequenas diferenças de cotação entre as exchanges.

Desse modo, as cotações entre as principais bolsas e exchanges negociadas em dólar caminham de forma quase simultânea. Além disso, temos o volume negociado em outras moedas, como Euro (EUR) e Libra Esterlina (GBP), além das stablecoins.

O grande volume negociado do Bitcoin em exchanges em países com regulação mais fraca torna ainda mais difícil saber quanto deste fluxo é efetivamente de clientes finais.

No entanto, é inegável que dentro dos EUA, o volume da CME por vezes supera a soma das exchanges reguladas no país.

Onde acompanhar esses dados?

O site bitcointradevolume.com apresenta os dados de volume das últimas 24 horas selecionadas pela Bitwise com o maior nível de transparência na negociação em dólares.

É importante notar que o preço do contrato futuro usualmente negocia um pouco acima do mercado normal das exchanges. Isto ocorre em quase todos os ativos, já que o vendedor está postergando o recebimento do valor. Por este motivo, demanda um montante maior do que a venda à vista.

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