Quem está há um tempo atuando no mercado das criptomoedas já deve estar acostumado com a grande variedade de siglas – sendo que muitas podem confundir os novatos. Uma das que geram bastante dúvida é FUD.
A expressão vem do inglês e significa “fear, uncertainty and doubt”, em português, “medo, incerteza e dúvida”. Essa é uma técnica muito usada no marketing, mas que também se aplica ao universo das criptomoedas. Por isso, conhecê-la e entendê-la é fundamental.
O que é FUD?
Mais do que uma sigla, FUD é uma estratégia usada por diversas empresas que disseminam notícias falsas e boatos, criando desinformação, medo e pânico nas pessoas, com alguma intenção por trás desse ato.
A principal função do FUD é influenciar a percepção das pessoas por meio de informações duvidosas, fazendo com que elas tomem decisões diferentes do que planejavam.
No caso dos investidores, por exemplo, eles podem deixar de investir em determinado momento ou migrar seu investimento para outra opção, por receio das notícias espalhadas – que nem sempre são verídicas.
Como a expressão surgiu?
Como dissemos, a sigla FUD é bastante usada no campo do marketing, e seu surgimento também está atrelado a esse segmento. A notícia é que a primeira utilização da sigla foi em 1920, contudo, somente a partir de 1975 ela passou a ser usada em situações de vendas, relações públicas e estratégias de marketing
Gene Amdahl foi o responsável por trazer esse caráter mercadológico à sigla. Em 1975, ele deixou a IBM para fundar a sua própria empresa. Porém, de acordo com a versão do americano, a antiga empresa passou a usar técnicas de FUD para que os clientes não sentissem confiança em comprar da nova empresa de Amdahl.
A partir de 1991, essa sigla passou a ser amplamente utilizada como uma maneira generalizada de definir informações falsas usadas como armas competitivas pelos negócios. Ao usar essas técnicas, as empresas desencorajavam os clientes a tomarem determinada decisão de compra.
De que forma funciona o FUD no mercado das criptomoedas?
No mercado criptográfico, o uso de FUD não é muito diferente do que vemos sendo realizado pelas empresas. Afinal, dependendo dos interesses, informações falsas podem ser divulgadas, criando pânico e afastando os investidores.
Essas notícias podem ser:
- assuntos falsos que influenciem no valor de determinada criptomoeda;
- situações irreais que desacreditem o lançamento de uma nova criptomoeda e afetem a confiança dos investidores;
- anúncios do “fim” de determinada criptomoeda, de uma “bolha” onde é impossível continuar ganhando dinheiro com esse tipo de investimento;
- regulamentações governamentais que impedirão determinadas criptomoedas de circularem no país (sem que haja nenhuma movimentação do governo em questão nesse sentido);
- entre outros.
O FUD pode ser usado para muitas finalidades, como fazer com que os investidores vendam, maciçamente, suas criptomoedas, despencando o valor dela, impedir que uma nova criptomoeda seja lançada ou até por investidores e bancos que não desejam ver o mercado das criptomoedas avançando.
Exemplos de FUD
São muitos os exemplos de FUD especialmente relacionados ao Bitcoin, que é a criptomoeda mais antiga, forte e conhecida. Vamos ver alguns:
- “o fim do Bitcoin”: de acordo com um compilado do site CoinTelegraph, somente em 2018, o Bitcoin foi “enterrado” pelo menos 91 vezes por especialistas variados (e apesar das previsões catastróficas, a moeda continua crescendo);
- “proibições do Bitcoin na China e na Coreia do Sul”: em janeiro de 2018, houve uma venda maciça de Bitcoins pelos usuários, devido a uma notícia falsa espalhada de que esses países iriam proibir a criptomoeda. Na Coreia do Sul, o problema foi ainda mais intenso, porque, naquela época, o uso de criptomoedas representava 20% dos negócios. Mas, o que ocorreu foi que o governo coreano apenas proibiu o comércio anônimo das criptomoedas, ou seja, aqueles feitos sem uma casa autorizada;
- “críticas do Banco Central às criptomoedas”: ainda em 2018, o Infomoney divulgou uma matéria em que os bancos centrais demonstravam preocupação com o futuro das criptomoedas que, nas palavras da matéria, eram “excessivamente instáveis, consumiam muita energia e estavam vulneráveis à manipulações e fraudes”. Mas o que se queria com a matéria era apenas fortalecer a visão dos “bancos centrais”, impedindo o avanço do mercado descentralizado das criptomoedas.
Além desses, é claro, existem vários outros exemplos de FUD, geralmente associados à manchetes sensacionalistas, declarando o “fim” de determinada criptomoeda, a “bolha” de investimentos ou o “impedimento” de circulação dessas moedas digitais.
A ideia é sempre a mesma: causar pânico entre os investidores, fazendo com que, quem tenha a criptomoeda, a venda (despencando o valor de mercado) – e que deseja comprá-la, evite.
Como evitar o FUD?
Infelizmente, não é tão simples evitar cair em FUD. Afinal, mesmo os veículos “sérios” acabam divulgando informações não tão precisas, justamente porque as grandes fontes usadas estão atreladas ao mercado financeiro tradicional, como os bancos centrais e os bancos particulares.Isso não quer dizer, é claro, que qualquer notícia pessimista sobre as criptomoedas seja mentirosa. Apenas que muitos veículos acabam trazendo dados sensacionalistas para causar pânico nos investidores, usando fontes oficiais que podem desconhecer o mercado das criptomoedas (e por isso oferecer dados não confiáveis) ou desejar distorcer os dados para desvalorizar as moedas digitais.
Por isso, a melhor maneira de evitar o FUD é sempre pesquisando bastante e não acreditando em todas as informações que recebe. Existem muitos portais sérios e com credibilidade, que conhecem a fundo o mercado das criptomoedas, e que conseguem analisar se as “previsões dos especialistas” são reais ou não.
Acompanhá-los é de suma importância para quem deseja investir nas criptomoedas, não só para não cair em FUD, mas também para entender as flutuações de preços e cotações, identificar a melhor hora para comprar ou vender determinada criptomoeda, acompanhar o lançamento de criptomoedas e assim por diante.
Sempre que você ler alguma matéria que seja muito sensacionalista, que pregue o fim de determinada criptomoeda ou que exagere na catástrofe, desconfie. Antes de tomar qualquer decisão, pesquise bastante sobre o grau de confiança da matéria, busque a opinião de sites especializados em criptomoedas e também avalie a opinião dos usuários, como nos fóruns especializados no assunto.
Neste conteúdo, você aprendeu que FUD é uma estratégia de marketing que utiliza notícias falsas e sensacionalistas para criar pânico nas pessoas e minar a confiança delas em determinados produtos ou serviços.
No mercado das criptomoedas, isso acontece bastante, principalmente visando desestabilizar os investidores, reduzir a cotação das criptomoedas ou impedir que essas pessoas invistam nas moedas digitais (e mantenham seus investimentos tradicionais atrelados ao mercado financeiro).
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Breno tem mais de 12 anos de experiência com Marketing Digital. Já passou por grandes varejistas tradicionais e em 2017 se apaixonou pelas criptomoedas. Hoje é responsável pelas estratégias de comunicação e aquisição de novos clientes na BitcoinTrade.
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